Texto divulgado na página "Temos que falar sobre isso", da qual sou colaboradora, em: www.temosquefalarsobreisso.wordpress.com
Por Ellen Senra – 24 Julho 2015
A gestação está na reta final e o parto se aproxima, pelo que lemos em todos os meios de comunicação o sentimento que deve prevalecer é o amor pelo ser que está para chegar, mas nós, mães de carne e osso, sabemos que não é bem por aí. A maioria dos blogs de maternidade e outros meios nos diz que a maternidade é algo sublime repleto de sentimentos positivos durante todo o tempo, mas venho lhes contar que não é bem assim.
Levante a mão a mamãe que não experimentou a ansiedade pela chegada do bebê, a alegria por saber que seu tão esperado sonho está para se concretizar, medo por não saber se tudo dará certo na hora do parto, alívio por estar chegando ao fim todo o desconforto que sentiu durante a gestação, luto pela nova vida que deverá seguir, pelas noites em claro que antes se davam em bares e festas e daí por diante se darão em amamentar, colocar pra arrotar e ninar o bebê!
É gente, são muitos os sentimentos e os motivos pelos quais eles aparecem e creio que precisamos falar abertamente sobre isso. Lembro-me que eu mesma, lá pelos 8 meses de gestação, rezava para chegar logo a hora do meu filho nascer, mesmo sabendo que não era a hora certa ainda, mas já não aguentava mais as noites sem dormir, as dores nas costas, as frequentes idas ao banheiro na madrugada e todos aqueles desconfortos que a maioria das gestantes experimentam nesse período, mas aí no momento seguinte eu rezava para que eu conseguisse levar a gestação até o final com sucesso para que meu bebê não precisasse ir para a UTI neonatal. Tentem entender que a mensagem que hoje eu quero trazer é que essa ambivalência é comum no nosso cotidiano, fará então em meio ao turbilhão emocional que rege o período do final da gestação.
Então queridas, não importa o que sintam ou porque sintam assim, o importante é encontrar um lugar onde se sintam acolhidas para assim seguir em frente sem se sentirem culpadas, pois a vida possui mais que dois tons, mas aparentemente poucos se importam em mostrar as nuances dos demais.
Sintam-se a vontade para perguntarem o que quiserem e até a próxima.